Olá, JusAmiguinhos. Tenho
visto que as redes sociais estão em efervescência e tem uma galera falando de
muita coisa sem saber nem do que se trata.
Temos dois ouvidos e dois
olhos e apenas uma boca, porque antes de falar precisamos ouvir e ver bastante
para não falar besteira.
Muitas posições inclusive
são absolutamente contraditórias, como a de uma amiga minha que quer Bolsonaro
como presidente e Flávio Dino como governador. Gente, isso é um disparate ideológico
imenso e sem o mínimo de coerência.
Eu, particularmente,
discordo dos dois e não quero nem o primeiro na Presidência e nem o último no
governo, mas respeito quem quer e acho que no mínimo as pessoas precisam ter
coerência ideológica ou em vez de um plano de governo armaremos uma guerra
política que deixará o país em um desgoverno pior do que o presente.
Mas vamos às
explicações...
O
que é Estado mínimo?
Estado mínimo é um
conceito vindo desde a época do liberalismo que parte da premissa de que o
Estado existe porque não tem jeito, mas se é assim, ele deve se restringir ao
mínimo possível de interferência na vida dos cidadãos.
Normalmente, quando se
fala em Estado mínimo refere-se a questão econômica, ou seja, o Estado não deve
intervir na economia ou fazê-lo o mínimo possível (dependendo do grau de
liberalismo de quem está falando).
O
liberal, o comunista e o conservador...
Quaisquer dessas
nomenclaturas podem ser ostentadas com orgulho ou disparadas como xingamento em
direção a alguém, mas em minha opinião apenas refletem percepções diferentes da
sociedade que manifestam conceitos parcelares de justiça.
Acredito que extremismos
dificilmente conseguirão responder de modo efetivo aos problemas e à
complexidade social brasileira.
Michael Sandel, professor
de Harvard, evidencia que o liberal prioriza a liberdade (o ser humano é livre
e o Estado existe para proteger essa liberdade), o comunista a igualdade (os
seres humanos devem ser iguais e o Estado existe para promover essa igualdade)
e o conservador a virtude (o ser humano deve ser virtuoso e o Estado existe
para promover uma sociedade virtuosa).
Liberdade, igualdade e
virtude são ruins? Claro que não. Mas até que ponto o Estado pode ir para
promovê-las? Aqui entra a pertinência da discussão entre essas percepções.
O
que é ser um conservador?
Ser conservador não
significa necessariamente ser religioso, porque um sistema de virtudes pode ser
filosófico, por exemplo, um ateu pode ser tranquilamente conservador.
A diferença entre os
conservadores reside em quais virtudes se deseja conservar e por quais meios.
Um conservador
independente de suas convicções religiosas entende que existem coisas "sagradas",
isto é, coisas que devem ser preservadas e promovidas, independente daquilo que
se considere progresso, ou seja, valores dos quais não se abre mão.
Então
é coerente que um conservador defenda o Estado mínimo?
Eu entendo que não e isso
porque o Estado é essencial para que se possa promover os valores que o
conservador deseja ver implementados na sociedade e isso sem distinção de quais
valores sejam esses.
Isso não significa que o
conservador não possa desejar e defender um Estado menor, o que não se confunde
com o Estado mínimo.
Eu não acredito em um
Estado mínimo e nem em auto regulação do mercado, porque onde tudo se vende e
onde tudo se pode a liberdade se torna libertinagem e os valores que defendo se
perdem.
Ao mesmo tempo, sou
contra uma intervenção excessiva do Estado na economia, afinal não é esse seu
papel, em meu entender.
Portanto, como
conservador que sou, defendo um Estado menor que seja menor e até inexistente
onde não interessa e grande onde importa.
Acredito que o foco do
Estado deve ser em Seguridade Social, Educação, Segurança e Infraestrutura,
ficando o resto para o setor privado cuidar, a partir de balizas legais bem
estruturadas para proteger os valores que defendo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário