JusAmiguinhos,
recentemente em um almoço de família fizeram essa pergunta e eu fiquei reflexivo
sobre o tema, por isso queria tratar sobre isso aqui.
Não é novidade para
ninguém que hoje o Brasil passa por uma de suas mais profundas crises de
representatividade.
Todos querem uma saída,
mas ninguém quer se dispor a construí-la, afinal todos querem um candidato bom
para votar e reclamam dos que estão aí, mas não se propõem a ser eles mesmos os
candidatos.
Esse argumento seria válido
se virar candidato fosse tão fácil como parece, mas a meu ver o maior problema
que me impede de ser candidato hoje é o sistema partidário.
Eu sou incrédulo quanto a
ele e isso porque a Constituição desenhou um sistema no qual os partidos são
máquinas políticas com ideologias e programas de governo bem definidos que
almejam o melhor para o país.
Infelizmente, essa não é
a realidade que se nos apresenta, ao contrário, temos verdadeiras facções
disfarçadas de partidos cuja única finalidade é assumir o poder para assim
terem maior facilidade em dar continuidade a seus esquemas escusos usando dinheiro público.
O pior é que para ser
candidato você precisa estar filiado a um partido e claro ser escolhido nas
“eleições” internas dele entre os pré-candidatos.
Nesse processo, muitos já
ficam com o rabo preso e devendo favores que serão cobrados a posteriori no mandato.
Pior de tudo, quando uma
proposta contrária ao interesse dos eleitores se apresenta e o partido fecha
questão o parlamentar é obrigado a votar com o partido sob pena de até mesmo
perder o mandato, porque se entende que o mandato pertence ao partido e não ao
parlamentar.
Em um sistema eleitoral
proporcional (que eu sou contra) isso até faz sentido, mas pensar dessa maneira
por mais bonito que seja ignora a história do nosso país que é eminentemente
personalista.
Em outras palavras, as
pessoas ao votar votam na pessoa e não no partido e isso faz todo sentido
porque os partidos hoje são fisiologistas e abrem mão de suas ideias e programas
pela mera conveniência do momento.
O PMDB, por exemplo, como
bem disse uma amiga minha se o Brasil amanhecesse comunista ele estaria no
governo, se no dia seguinte fosse uma ditadura militar ele também estaria e por
aí vai. Sede de poder antes do compromisso com a Constituição e com o povo.
Logo, eu dificilmente me
candidataria via partido, porque não consigo ver hoje nenhum no qual eu acredite.
Se fosse possível a candidatura avulsa, seria bem mais provável, pois eu jamais me propugnaria a ser um representante do povo estando submetido a interesses diversos dos interesses dos meus eleitores.
Se fosse possível a candidatura avulsa, seria bem mais provável, pois eu jamais me propugnaria a ser um representante do povo estando submetido a interesses diversos dos interesses dos meus eleitores.
Inclusive, eu acredito
que a candidatura avulsa é o futuro, tendo em vista não só a crise de
representatividade, mas também as novas formas de fazer política que têm
surgido nesse ambiente de disrupção trazido pelas redes sociais.
Já não se necessita de CNPJ e grandes sedes quando é possível a discussão aberta na grande Ágora virtual e daí eu acredito que ainda sairão representantes muito mais legítimos dos que hoje estão lá.
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